M – Aula 02 – Missões, a tarefa suprema da Igreja/ Pra quê fazer Missões?

2. Missões, tarefa suprema da Igreja

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”  Mateus 28:19.

Ultimamente tem se falado muito sobre missões, mas infelizmente pouco se tem feito. Fazem-se muitos eventos com esse tema: congressos, conferências, seminários, workshops e muitos outros. Esperamos em Deus que o assunto saia das mesas, dos púlpitos e dos palanques para o campo missionário. 

Vemos que Deus é o missionário por excelência, que entregou o Seu filho unigênito (Jo. 3:16) quando nós ainda éramos pecadores. Essa mesma missão continuou com Jesus Cristo, quando veio a terra, nasceu de uma mulher, cresceu em uma família pobre em Israel e por fim foi humilhado, chicoteado, acusado e morto por meus e por teus pecados. Depois que ressuscitou, antes de subir ao céu, Jesus deixou uma ordem clara na Bíblia “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28:19); “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15) e  para que esse trabalho fosse realizado da melhor forma possível e Ele disse que estaria conosco todos os dias (Mateus 28.20) e ainda enviou o Espírito Santo para nos encorajar e dar poder (Atos 1:8).

O Plano de Deus para a Salvação do homem é constituído de três elementos: a Mensagem, o Meio (recurso) e o Processo (método). A Mensagem é a Palavra de Deus, o Meio é Missões (enviar) e o Processo é a Evangelização (proclamação). A Mensagem, o Processo e tudo o que precisarmos para a tarefa de evangelização já nos foi concedido por Jesus Cristo, então o que nos falta para enviar? O que estamos esperando para obedecer?

Outra coisa importante é que Jesus deixou bem claro em relação ao alcance da tarefa de evangelização: TODO O MUNDO, TODAS AS NAÇÕES, TODA A CRIATURA, TODAS AS PESSOAS. (Mateus 24:14; 28:19; Marcos 16:15; Atos 1:8).

1. Todo o mundo (Marcos 16:15) “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.
2. Todas as nações (Mateus 28:19) “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
3. Toda a criatura (Marcos 16:15) “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.
4. Todas as gentes (Mateus 24:14) “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim”.  Mateus 24:14
5. Testemunhas em todos os lugares (Atos 1:8) “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Atos 1:8

Fazer missões é um privilégio e um grande milagre de Deus. É a maior felicidade do cristão, ver uma alma sendo salva, ver Jesus transformar vidas, é algo tremendo, maravilhoso. A Bíblia diz que há festa nos céus quando um pecador que se arrepende (Lucas 15:7). 

A salvação é o bem mais precioso que um ser humano pode ter. As pessoas precisam de Jesus e nós temos Jesus. Nós somos o canal de salvação para o mundo. Cabe a cada um de nós como membros da Igreja de Cristo evangelizar, participar desta tarefa grandiosa, que é a salvação de almas. 

Às vezes damos muitas desculpas para não fazer missões e muito menos para evangelizar até as pessoas mais próximas a nós; mas lembre-se que, Deus não deu desculpas quando enviou Seu filho Jesus para morrer por nós, mas nós damos as mais absurdas desculpas para não ir, não contribuir e até para não orar por missões!!!

3. Pra quê fazer missões?

“Tua incumbência única sobre a terra é salvar almas”.  (John Wesley)

Há alguns acontecimentos da história que justificam a existência da missão salvadora de Jesus Cristo e, consequentemente a missão da igreja

1. A queda de Satanás – ele era um querubim ungido, cheio de autoridade, criado por Deus para adorá-Lo, que decidiu se rebelar contra o seu Criador e que corrompeu 1/3 dos anjos.  (Ez. 28: 12-17; Is. 14:14; Ap. 12:4-9);
2. A queda do homem – a partir do momento que a “coroa da criação de Deus”, é induzido por Satanás a pecar – desobedecer a Deus, então a necessidade missionária aparece.

A partir da queda do homem, forma-se então o primeiro concílio missionário da história formado pela Trindade (Is. 6:8), no qual o próprio Deus é também o primeiro missionário, quando desceu até o jardim do Éden e procurou pelo homem “perdido”, lhe fazendo a promessa de redenção (Gn. 3:9, 15). Depois, Jesus (o verbo encarnado) foi enviado (missionário) e executou a missão confiada por Deus a Ele (Jo. 17:18a; 20:21a., 19:30, 10:11; Mt. 18:12; 2 Pe. 3:9). E, finalmente, o Espírito Santo, como o agente capacitor do trabalho missionário da igreja nos tempos atuais vem guiando a igreja para a finalização da tarefa (At. 1:8, 2:1-11, Jo. 14:16-17; At. 13:2; Jo. 16:8).  

Com esta ação, a Trindade passa a ser o exemplo que nos leva a fazer missões, afinal a graça (favor imerecido) manifestada através da Trindade, quando Jesus na plenitude da eternidade, esvazia-se da sua glória e torna-se a nossa semelhança, conduzindo a humanidade ao reencontro do significado da sua criação, que é a glória de Deus.  Atualmente calcula-se que um terço da população mundial está envolvido nas trevas espirituais sem ter ouvido sequer uma única vez a respeito da salvação proporcionada por Cristo.

Roger Greenway nos ajuda a compreender outros motivos que devem nos levar a realizar a obra missionária. Segundo ele, existem muitas pessoas com mentes sinceras e motivação equivocada ingressando no serviço missionário, assim como há missionários com motivações corretas cometendo graves erros no trabalho de Missões.

Entre os motivos errados ele destaca:

1. O desejo de ser admirado e louvado por outros (fama);
2. A busca por auto-realização sem o esvaziar-se de si mesmo – (Fp. 2:5 – 7);
3. A busca por aventura e excitação (fanáticos por adrenalina);
4. Ambição em expandir a glória e influência de uma denominação ou mesmo de um país;
5. A fuga das situações desagradáveis do lar (problemas familiares e sociais);
6. A esperança em sucesso profissional após um curto período de serviço missionário;
7. Culpa e anseio pela paz com Deus por meio do serviço missionário;

Já entre os motivos corretos, aplicados pelo Espírito santo nos corações dos crentes através da Palavra de Deus podemos destacar:

1. O desejo de demonstrar que Deus deve ser adorado e ter a Sua glória conhecida em toda Terra – Sl. 67:3-5, 117:1; Rm. 15:11; 1 Co. 9:16;
2. O desejo de obedecer a Deus e à sua ordem de anunciar o Evangelho, a Boa Notícia, Boas Novas, Boa Mensagem em todo lugar, todo o tempo – Mt. 28:19; Jo. 14:15; 1 Co. 12:4-5; Ef. 3:10
3. O desejo de usar a sua práxis cristã e todos os meios legítimos, para apresentar o próprio Cristo como Senhor e Salvador de toda a humanidade – Jo. 14:15; Ef. 3:10; 1 Co. 12:4-5, 1 Co. 9:21-22 para que a graça que nos alcançou, conquiste também todos àqueles que o Pai, na eternidade, já deu a Jesus (At. 2:43-47). 

Nossa missão, como igreja e servos do Deus Altíssimo é a de proclamar a glória D´Ele (Rm. 11:36) e conduzir todas as famílias da terra para a salvação. Para isto alguns aspectos são necessários na preparação de um missionário: 

• Uma real experiência de Salvação, e comunhão com Ele;
• Um profundo conhecimento das escrituras sagradas que é a sua principal ferramenta;
• Um mínimo de domínio da língua local onde pretende atuar;
• Um conhecimento mínimo da cultura e das leis e costumes locais;
• Contar com as orações, apoio financeiro, e ministerial de sua Igreja de origem;
• O preparo total do missionário para exercer bem a tarefa a ele confiada pelo próprio Senhor, de anunciar, testemunhar e fazer discípulos de todas as nações para alcançar todos os povos, raças, línguas e nações. Mt. 28; Mc. 15; At. 1:8; Ap. 5:9, 7:9. O missionário precisa saber nadar, remar, cozinhar, pescar, lavar, passar, procurar lenha, dirigir, andar de bicicleta e/ou moto, prestar os primeiros socorros, etc.

Encerramos esta parte do nosso estudo, com a frase do missionário Ronaldo Lidório: “Quando colocamos a nossa mão no arado, sem olhar para trás, nos lembramos: existimos para a glória de Deus, pois Deus é maior que nós”. Lembrando também a primeira declaração da Confissão de Westminster: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e desfrutá-Lo para sempre”.