Doutrina de Cristo ou Cristologia
O significado doutrinário da ressurreição –
A ressurreição de Cristo assegura nossa regeneração. (1Pe 1.3). Aqui ele associa explicitamente a ressurreição de Jesus com a nossa própria regeneração ou novo nascimento.
A ressurreição de Cristo assegura nossa justificação. Rm 4.25.
A ressurreição de Cristo assegura-nos de que iremos receber igualmente corpos ressurretos perfeitos. (1Co 6.14; 2Co 4.14; 1Co 15.12-58; 1Co 15.20).
O sentido ético da ressurreição. Paulo também observa que a ressurreição tem uma aplicação relacionada à obediência a Deus nesta vida. Após uma longa discussão a respeito da ressurreição, Paulo conclui encorajando seus leitores:
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co 15.58).
Cristo subiu para um lugar: Após a ressurreição de Cristo, ele esteve na terra por quarenta dias (At 1.3) e depois conduziu os discípulos para Betânia, fora de Jerusalém, e “erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu” (Lc 24.50).
Cristo recebeu mais glória e honra como Deus-Homem: Quando Jesus subiu ao céu recebeu glória, honra e autoridade que não tinha antes, enquanto estava na terra. Cristo está agora no céu, e coros angelicais cantam-lhe louvor com as palavras: “Digno é o cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Ap 5.12).
Cristo assentou-se à destra de Deus: Um aspecto específico de Cristo ter subido para o céu e recebido honra é o fato de que ele assentou-se à destra de Deus. Isso é às vezes chamado sua sessão à destra de Deus.
O Antigo Testamento predisse que o Messias sentar-se-ia à direita de Deus: “Disse o Senhor ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés” (Sl 110.1). Quando Cristo ascendeu de volta ao céu ele recebeu o cumprimento daquela promessa: “… depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas” (Hb 1.3).
A ascensão de Cristo tem importância doutrinária para nossa vida: Assim como a ressurreição tem implicações profundas para a nossa vida, do mesmo modo a ascensão de Cristo tem implicações significativas. Em primeiro lugar, visto que estamos unidos a Cristo em cada aspecto da obra de redenção, a ascensão de Cristo ao céu prefigura nossa ascensão futura com ele. “Nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4.17).
Conclusão
É de fundamental importância o conhecimento correto da Pessoa e da Obra de Cristo. É óbvio que não podemos explicar os mistérios de Deus; o sobrenatural nascimento virginal de Cristo, a Trindade, as duas naturezas de Cristo, os pormenores do ‘’kenosis’’; mas a nós, servos do Senhor Jesus, pesa a responsabilidade de investigar a Escritura para chegar a uma definição da doutrina bíblica, sólida e organizada.
Cremos em um Cristo Divino, preexistente, mas que se manifestou em carne, nascendo da virgem e sem pecado. Que morreu, mas ressuscitou dentre mortos, e que está glorificando, sentado à destra do Pai. (1Co 1.23,24).
Doutrina do Espírito Santo ou Pneumatologia ou Paracletologia
Diz respeito a doutrina, estudo e ensinamento sobre o Espírito Santo. Paracletologia é uma palavra formada por duas palavras gregas: “paracletos” (que significa. Ajudador, Consolador, Advogado) e Logia (que significa estudo, doutrina). A Paracletologia também conhecida como Pneumatologia estuda de uma forma sistemática tudo o que se refere ao Espírito Santo (chamado por Jesus de Consolador).
No Antigo Testamento, as atividades e as manifestações do Espírito Santo eram esporádicas, específicas e em tempos distintos. Já no Novo, começa no dia de Pentecostes, quando suas atividades se concretizam de maneira direta e contínua através da Igreja e mesmo Ele se manifestando em circunstâncias especiais, veio para morar nos corações dos crentes e enchê-los do Seu poder.
1.1 O Espírito Santo é Deus:
A Bíblia comprova a deidade do Espírito Santo. As escrituras relatam que nos primórdios da igreja, em Jerusalém, Ananias e Safira tentaram enganá-Lo (At 5.3). A deidade do Espírito Santo é a mesma do Pai e do Filho.
1.2 Atributos divinos do Espírito Santo:
a) Onipotência – (Rm 15.19).
b) Onisciência –. (Sl 139.2,11,13; 1 Rs 8.39; Jr 16.17).
c) Onipresença – Sl 139.7-10.
a. A Personalidade do Espírito Santo.
A Personalidade existe quando se encontram, em uma única combinação, inteligência, emoção e volição, ou ainda, autoconsciência e autodeterminação. O Espírito Santo possui os atributos, propriedades e qualidades de Personalidade. Ele Contém em Si mesmo os elementos de existência pessoal.
Dentro do registro histórico a Sua Personalidade tem sido negada, mesmo sem qualquer respaldo Bíblico para isto. Deus é Espírito, sem necessidade de corpo material, mas como pessoa Ele possui qualidades, como o falar, o sentir e o fazer alguma coisa racional.
A Bíblia revela que o Espírito Santo é uma Pessoa, com sua própria individualidade e não uma mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais:
a) Ele Pensa (Rm 8.27).
b) Ele tem Vontade Própria (1Co 12.11).
c) Ele Sente Tristeza (Ef 4.30).
d) Ele Intercede (Rm 8.23).
e) Ele Ensina (Jo 14.26).
f) Ele Fala (Ap 2.7).
g) Ele Comanda (At 16.6,7).
O Espírito Santo é suscetível de trato pessoal:
a) Alguém pode mentir para o Espírito Santo (At 5.3)
b) Pode-se blasfemar contra o Espírito Santo (Mt 12.31) .
Os nomes do Espírito Santo nos revelam muita coisa sobre quem Ele é:
a) Espírito de Deus de Yahweh (hb. Ruach YHWH) ou “o Espírito do Senhor”. Yahweh significa aquele que faz existir. O título Senhor dos Exércitos é melhor traduzido como “aquele que cria as hostes”. (Gn 1.2)
b) O Espírito de Cristo demonstra a união do Espírito Santo com Cristo. Como tal Ele é a vida Rm 8.9, traz frutos de Cristo (Fl 1.11), revela os mistérios de Cristo (Jo 14.16) e toma o lugar dos arrebatados na terra (Jo 14.16-18). Toda e glorifica a Jesus Cristo.
c) Espírito da Vida. O Espírito dá a cada crente ao nascer de novo, vida nova e eterna. Ele substitui a lei reinante do pecado e da morte com a lei da vida (Rm 8.2; Ef 2.1; 2Co 5.17).
d) Espírito da Adoção de Filhos (Rm 8.15). Adoção é o processo afetivo e legal por meio do qual uma criança gerada por outra pessoa passa a ser filho de um adulto. Nós fomos acolhidos na família divina, enchidos pelo Seu Espírito e dotados com nova e eterna vida.
e) Espírito da Graça. (Hb 10.29). A Bíblia qualifica como pecadores obstinados aqueles que pisam o Espírito da Graça, o qual é oferecido livremente a todos os homens a dádiva da graça divina.
f) Espírito da Glória (1Pe 4.14). Glória nesse caso tem a ver com adoração, honra, estima, elogio e dedicação que são despertados no crente pelo Espírito Santo. Somente podemos adorar e chegar a glória de Deus, conforme o Espírito Santo nos capacita para isto.
a) O Espírito Santo é o agente da salvação. É Ele quem convence do pecado (Jo 16.7,8); revela a verdade a respeito de Jesus (Jo 14.26), realiza o novo nascimento (Jo 3.3-6), e nos faz membros do corpo de Cristo (1Co 12.13). Na conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o Espírito Santo (Jo 3.3-6; 20.22) e nos tornamos co-participantes da natureza divina (2Pe 1.4);
b) O Espírito Santo é o Agente da santificação. Na conversão, o Espírito passa a habitar no crente, que começa a viver sob Sua influência santificadora (Rm 8.9; 1Co 6.19). Ao habitar em nós, o Espírito Santo nos santifica, purifica, dirige e leva-nos a uma vida santa, libertando-nos da escravidão ao pecado. Ele testifica que somos filhos de Deus (Rm 8.16), ajuda-nos na adoração a Deus e na nossa vida de oração, e intercede por nós (Rm 8.26,27). Ele produz em nós as qualidades do caráter de Cristo, que O glorificam (Gl 5.22,23).
c) O Espírito Santo é o agente divino para o serviço do Senhor. Revestindo os crentes de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. Quando somos batizados no Espírito, recebemos poder para testemunhar de Cristo e trabalhar de modo eficaz na igreja e diante do mundo (At 1.8). Recebemos a mesma unção divina que desceu sobre Cristo (Jo 1.32,33) e sobre os discípulos (At 2.4), e que nos capacita a proclamar a Palavra de Deus (At 1.8; 4.31) e a operar milagres (At 2.43; 3.2-8; 5.15; 6.8; 10.38). Para realizar o trabalho do Senhor, o Espírito Santo outorga dons espirituais aos fiéis da Igreja para edificação e fortalecimento do corpo de Cristo (1Co 12-14). Estes dons são uma manifestação do Espírito através dos santos, visando ao bem de todos (1Co 12.7-11).
a) Ser Cheio do Espírito –
Todo o cristão recebe o Espírito Santo no momento da conversão e pode ser cheio dEle sem ser batizado no Espírito Santo.
Somos selados com o Espírito Santo Ef 1.13,14; 2Co 1.21,22; Ef 4.30, e devemos buscar ser cheios Dele Ef 5.18.
b) Ser batizado no Espírito Santo (At 1.5):
A respeito do batismo no Espírito Santo, a Palavra de Deus ensina que:
O livro de Atos descreve o falar noutras línguas como o sinal inicial do batismo no Espírito Santo. No dia de Pentecostes, At 2.4. Na casa de Cornélio At 10.44-46. Os cristãos de Éfeso, At 19.6. Esse poder não se trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7).
Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais concedidos aos crentes (1Co 12.7-11), com o propósito da edificação e santificação da igreja (1Co 12.7; 14.26). Os dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11, Através dEle o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente.
As manifestações do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito (1Co 12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (1Co 12.31; 14.1)
Satanás pode imitar a manifestação dos dons do Espírito, ou falsos crentes disfarçados como servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7.21-23; 24.11, 24; 2Co 11.13-15; 2Ts 2.8-10). O crente não deve dar crédito a qualquer manifestação espiritual, mas deve “provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1; 1Ts 5.20,21).
Em contraposição com as obras da carne, temos o viver íntegro e honesto que a Bíblia chama de “o fruto do Espírito”. À medida que o crente permite que o Espírito dirija e influencie sua vida, esta maneira de viver vai se tornando comum para ele (o crente) e desta forma consegue subjugar o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e andar em comunhão com Deus (Rm 8.5-14; 8.14; 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). O fruto do Espírito inclui:
a) ÁGAPE – Amor – (1Co 13.4-8; 1Jo 4.7-8; Mt 7:12).
b) Alegria – (2Co 6.; 1Pe 1.8)
c) Paz – (Fp 4.7).
d) Longanimidade – (Ef 4.1,2; 2 Pe3.9)
e) Benignidade – (Ef 4.32).
f) Bondade – (Gl 6.10).
g) FÉ – (Hb.11.1
h) Mansidão – (Mt 11.23,29)
i) Temperança – Domínio Próprio – (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5; 1Co 9.25; Gl 5.19-21.
1 – Nomes que descrevem sua Própria Pessoa.
ESPÍRITO – 1Co 2:10 – O termo grego “PNEUMA“, aplicado ao Espírito Santo, tanto envolve o pensamento de “fôlego” como o de “vento“.
ESPÍRITO SANTO – Lc 11.13; Rm 1.4 – O caráter moral essencial do Espírito é salientado nesse nome. Ele é SANTO (maior atributo de DEUS), em pessoa e caráter, e também é o autor direto da Santidade do homem.
ESPÍRITO ETERNO – Hb 9.14 –Assim como a eternidade é atributo da natureza de Deus, semelhantemente a eternidade é atributo do Espírito Santo como uma das distinções pessoais no Ser de Deus.
Conclusão
O Espírito Santo é quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. É Ele também quem fortalece, ensina, guia, renova, unge, distribui os dons na igreja e ainda está conosco garantindo que os projetos de Deus para cada crente possa acontecer.
Doutrina da Igreja ou Eclesiologia
Diz respeito a tudo o que se refere à Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, e dela “trata”: estudos, reflexões, tratados teológicos (…); assim como às diferentes formas de ser, viver e se organizar como Igreja, através da história, buscando realizar sua própria vocação e missão.
A igreja foi projetada por Deus desde a eternidade. Ela foi prefigurada e preparada pelas várias Alianças de Deus com a humanidade. Sua formação aconteceu progressivamente.
Ao escolher os discípulos, separar os Apóstolos e instituir a Ceia, Jesus estava fundando a igreja. Mas o Pentecostes foi o momento em que a Igreja foi manifestada às nações, tornando-se pública, pela efusão do Espírito Santo. No Pentecostes, a Igreja recebeu a sua configuração definitiva, assumindo a missão de evangelizar todos os povos.
A Igreja é a comunidade na qual Jesus ressuscitado está presente, cooperando com os Seus membros (Mc 16.20; At 5.12; Mt 28,20b).
A Igreja é um presente de Deus para a humanidade. Jesus está nela, tanto na Palavra que é anunciada na assembleia, falando aos ouvintes, como nas atitudes da igreja frente ao mundo e as suas necessidades. A Ceia forma o “corpo” da Igreja, pois aquele que dela participa, torna-se um com Cristo e ao enviar missionários ao mundo, a igreja está cumprindo o seu papel de continuidade. Dessa forma podemos dizer que a igreja é, ao mesmo tempo, divina e humana.
O vocábulo ecclesia, de que provém igreja, vem do grego (εκκλεσια ) EKKLESIA; onde Klesis significa Chamado (Mt 9.13) e EK para fora (Cl 1.13) e significa “uma assembléia de chamados para fora”, referindo-se a pessoas e não a alguma edificação, conforme encontramos na citação de JESUS em João 5.19, uma assembleia de pessoas que saíram do mundo no sentido espiritual. Refere-se também a todo corpo de cristãos existentes em determinada cidade (At.11.22 e 13.1); e ainda a uma congregação (Rm 16.5) e a todos os salvos em nosso planeta (Ef.5.32) e ainda a Assembleia Comunitária Grega Legal (At 19.39) e ilegal (At 19.32); a Israel como povo de Deus no AT, por duas vezes (At 7.38 e Hb 2.13).
A Septuaginta traduz a expressão qahal, que significa “aviso de convocação” e “assembleia reunida”. Esse termo foi introduzido na época do Deuteronômio, por volta do século VII a.C, quando Moisés, em obediência à ordem de Deus, convoca o povo para a celebração da aliança: “O dia da assembleia” (Dt 4.10; 9.10; 18.16). Essa assembleia aparece com o determinativo Kuríou (Dt 23,1-8) e é nessa linha que aparece no discurso de Estevão em At.7.38 para indicar a assembleia do Sinai. No Novo Testamento, o termo igreja aparece 144 vezes e pelo menos em Mt 16.18; 18.17 tem o uso evangélico exclusivo.
A igreja pode ser compreendida a partir de dois conceitos: visível e invisível. A igreja invisível é a união de todos os cristãos no mundo inteiro, sem divisões de estruturas, doutrinas ou denominações. Já a Igreja visível é uma igreja local, uma organização humana de pessoas que têm um compromisso entre si e se reúnem em um local específico.
O Novo Testamento denomina a Igreja templo de Deus ou templo do Espírito Santo (2Co 6.16) para designar a comunidade reunida.
A igreja possui vários propósitos importantes, entre os principais objetivos ou própositos da igreja estão aqueles que caminham em três direções: para cima (atos voltados a Deus, como adoração), para dentro (ações com foco nos membros, como o ensino) e para fora (obras para as pessoas que não fazem parte da igreja, como evangelismo, missões e serviços sociais):
Adoração: (Lc 24.53; Rm 12.1-2; Mt 4.10; At 1.12-14; 2.47; Ef 3.20-21; Ap 4.23,24; I Co.3.16)
Ensino da Palavra: (Ex 18.20; (Dt 4.10; Mt 28.20; Cl 1.28; Cl 2.7; 1Tm 4.16; Rm 10.17)
Comunhão Fraternal entre os Irmãos: (1 Jo 2.9-11 e 1Jo.1.7);
Participação Familiar: (1Tm 3.4,5,11; Ef 6.1,4,5; Ef 5.22,25,28)
Testemunho Pessoal –
Pregar o Evangelho e Missões: (Mc 16.15-16, Mt 28.19-20; Ef 3.10).
Serviços Sociais: (Mc 1.40-41; Lc 7.11-14; Mt 14.14; Mt 15.32; Mt 5.7; 6.1-4; 7.12; Lc 10.30-37; Mt 25.31-46).
O Novo Testamento apresenta a igreja através de várias figuras que a representam e ajudam a compreender a abrangência da sua natureza. Entre elas temos:
O Novo Testamento estabelece as condições para se tornar membros da igreja. São elas:
– Fé no Evangelho e confiança sincera em Cristo como o único e suficiente Salvador (At.16.31);
– Confessar verbalmente a fé. (Rm 10.9-10);
– Ser batizado nas águas como testemunho simbólico da fé em Cristo (Cl 2.11-12; 2Co 5.21; Rm 6.3-4); e
No início da igreja, praticamente todos os membros eram realmente regenerados, pois “… todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.47) e fazer parte da igreja era tornar-se membro de Cristo, assim como o ramo quando enxertado na árvore e não uma questão de unir-se a uma organização. Entretanto, no decorrer do tempo, enquanto o número de cristão e a popularidade do cristianismo aumentava, o ritualismo tomou o lugar da conversão e o resultado foi a entrada e permanência, na igreja, de grande número de pessoas que não haviam experimentado a verdadeira conversão.
O Cristianismo não é uma religião ritualística, o que lhe permite que, em todos os tempos e países, tenha liberdade de adotar o método mais adequado, para expressar a sua vida com Cristo. Entretanto, há duas cerimônias ordenadas por Deus que são essenciais, a saber, o batismo nas águas e a Ceia do Senhor (1Co 11.23-26).
Das epístolas de Paulo inferimos que havia duas classes de reuniões para adoração: uma consistia em oração, louvor e pregação; a outra era um culto de adoração, conhecido como a “Festa de Amor” (“ágape”, em língua grega). O primeiro era culto público; o segundo era um culto particular ao qual eram admitidos somente os cristãos.
1 – O Governo da Igreja.
Jesus não estabeleceu nenhuma organização ou plano de governo. Porém, o que se observa é que a promessa concernente ao Consolador vindouro deu a entender que os apóstolos seriam guiados em toda a verdade concernente a esses e outros assuntos.
Durante os dias que se seguiram ao Pentecoste, os crentes faziam os cultos em suas casas e observavam as horas de oração no templo. (At. 2:46). Entretanto, com o crescimento numérico a igreja precisou organizar-se: primeiro, foram escolhidos oficiais da igreja para resolver as emergências que surgiam, como no caso de At 6:1-5; segundo, o Espírito concedia dons espirituais e separava certos indivíduos para a obra do ministério.
As primeiras igrejas eram democráticas em seu governo. É verdade que os apóstolos e anciãos presidiam às reuniões e à seleção dos oficiais; mas tudo se fez em cooperação com a igreja. (At 6.3-6; 15.22; 1Co 16.3; 2Co 8.19; Fp 2.25). Pelo que se lê em At 14.23 e Tt 1.5, se entende que Paulo e Barnabé nomearam anciãos sem consultar a igreja, mas de acordo com o que era usual, isto é, pelo voto dos membros da igreja.
No Novo Testamento não há apoio para a ideia de igrejas governadas por uma hierarquia; na igreja primitiva não havia nenhum governo centralizado abrangendo todas as igrejas que iam surgindo. Cada igreja local era autônoma e administrava seus próprios negócios com liberdade. Naturalmente os “Doze Apóstolos” eram muito respeitados por causa de suas relações com Cristo, e exerciam certa autoridade (At.15). Paulo exercia certa supervisão sobre as igrejas gentílicas; mas tratava-se apenas de uma autoridade puramente espiritual, e não uma autoridade oficial tal como se se observa atualmente. Embora cada igreja fosse independente da outra, quanto à jurisdição, mantinham relações cooperativas umas com as outras (Rm 15.26-27; 2Co 8.19; Gl 2.10; Rm 15.1; III Jo.8).
As igrejas locais tinham governo próprio, mas mantinham relações umas com as outras, não por uma organização política que as reunisse, mas por uma comunhão fraternal mediante visitas de representantes, intercâmbio de cartas e alguma assistência recíproca indefinida na escolha e consagração de pastores e no auxilio financeiro quando necessário.