ITS- Aula 04- Breve Introdução às Doutrinas BÍblicas: Doutrina do Pecado (Continuação)/ Doutrina da Salvação

Doutrina do Pecado

1. Origem do Pecado ou  Hamartiologia

• O Pecado teve origem no mundo angelical –  (Jo. 44; 1 Tm 3.6; Ez 28.15)
• O Pecado na Raça Humana – (Gn 2.15-25; Gn 3.1-7; Gn 3.8-10, Rm 5.12-19, Ec 7.29).

O pecado é universal – Is 53.6; 1 Jo 1.10; Rm 3.10-12,23; 5.19, 8.22

Todo o pecado é cometido contra Deus – Sl 51.4, Mt 6.15, Rm 8.7, e atinge também o próximo – Mt 6.14, 18.21-35, 1 Co 8.12.

O pecado pode ser deliberado (consciente, voluntário) ou por ignorância – Ef 4.18; 2 Co 4.4, Rm 2.12. e consequentemente carecem de perdão – Sl 19.12, Mt 12.31. 

Satanás utilizou toda a sua inteligência e sagacidade, e tomou a iniciativa: 

1) Falsificando a Palavra. (Gn 3.1). 

2) Adulterando a ordem. (Gn 3.1). 

3) Contradizendo a Deus. (Gn 3.4). 

4) Invertendo os valores. (Gn 3.5). 

5) Invertendo as consequências. Na tentação Satanás apelou ao homem e fê-lo desejar possuir o que Deus havia proibido;  fê-lo desejar saber o que Deus não havia revelado; fê-lo desejar ser o que Deus não tivera intenção que fosse. 

2. Consequência do Pecado

1. Sobre a serpente – Gn 3.14. – maldição

2. Sobre Satanás – Gn 3.15 – Precipitação do céu; Inimizade entre as hostes do mal e a descendência da mulher e destruição de Satanás

3. Criação – maldição. De fato, o Universo caiu. Toda a Dimensão em que vivemos foi atingida! Paulo afirma que a criação geme em conseqüência da transgressão de Adão (Rm 8.20-22).

4. Sobre Eva e as mulheres – Gn 3.16 – Dor concepção e sujeição do seu desejo ao marido 

5. Sobre Adão e os homens – Gn 3.17-19 – Maldição sobre o solo, cansaço no trabalho. 

6. Sobre a raça humana – Gn 3.20-24. 

a. Quebra da comunhão com Deus – expulsão do Éden. 

b. Culpa – é a condenação consequente ao pecado – Mt 10.15, Jo 19.11, Rm 2.12. 

c. Punição – pode vir de várias formas. O homem em pecado está sujeito à disciplina de Deus – Hb 12.6, 1 Co 11.30, Lc 12.47-48, Gn 3.18, 3.22-24, “completa e final punição do pecado é a morte” e a condenação eterna – Rm 5.12-19, 6.21-23, 8.22, Gn 2.17, Ef 2.5, Tg 1.15.

Morte: física-separação entre corpo e alma. Desde Adão até nossos dias, apenas Enoque e Elias não experimentaram a morte física.

Morte: espiritual – separação eterna de Deus – Ez 18.20, 1 Jo 1.6-7.

3. A Culpa pelo Pecado

A culpa tem duplo significado: 

1) Refere-se ao fato de que o homem realmente peca, isto é,  é um pecador na sua essência e pelo que tem feito. Ele não é inocente; é culpado. 

2) O fato de ter culpa quer dizer que a pessoa que comete pecado merece punição. Ele é obrigado a satisfazer os requisitos da justiça de Deus pelo pagamento da penalidade do pecado.

Conclusão

Podemos concluir que:

1. O pecado é uma disposição interior para o mal, é uma oposição voluntária do homem para com Deus e uma herança transmissível para o homem. 

2. “O pecado é um desafio à justiça de Deus, um roubo à sua misericórdia, um zombar de sua paciência, um desprezo ao seu poder e um desdém ao seu amor.” (John Bunyan) 

3. No Éden o homem não podia pecar; depois da queda, o homem não pode deixar de pecar; e após a ressurreição, o homem não poderá pecar jamais. 

Em I Jo.1.8-10 aprendemos que o crente pode se prevenir do pecado: 

através da Palavra de Deus – Sl 119.11. 

através da intercessão de Cristo – Jo 17 

através da presença do Espírito Santo em sua vida – Jo 7.37-39.

1. Doutrina da Salvação ou Soteriologia

 Soteriologia é o estudo da Doutrina da Salvação, mas, não é um estudo da apropriação da salvação pelo homem, pois isto não existe. A soteriologia é um estudo da aplicação e administração da obra redentora de Cristo aos pecadores eleitos. Essa doutrina abrange as doutrinas da reprovação, a Eleição, a Providência, a Regeneração, a Conversão, a Justificação e a Santificação entre outras. Também envolve a necessidade de pregação, de arrependimento e de fé. Inclui até as boas obras e a perseverança dos santos. 

1. A Natureza da Salvação.

1. Ela Procede de Deus e Não do Homem – foi um ato planejado por Deus Pai (Ap 13.8 e 1Pd 1.18-20), consumado por Deus Filho (Jo 19.30 e Hb 5.9) e aplicado ao pecador pelo Espírito Santo (Jo 3.5; Tt 3.5 e Rm 8.2) através da graça de Deus (Ef 2.8).
2. Somente Jesus Pode Salvar o Homem – (At.4.12; Lc.19.10) através do derramamento de Seu sangue (Hb.9.22)
3. A Salvação é Obtida pela Graça de Deus – (Ef.2.8-10; Rm.5:8). A salvação é a obra graciosa e soberana de Deus (Gl.5:22-23; Rm.8:2-30). 
4. A Salvação Abrange Espírito, Alma e Corpo do Homem.
5. A Salvação tem Alcance Eterno – A Salvação tem validade em todos os tempos: passado = justificação; presente = santificação e futuro = glorificação (Rm.5.1; 1 Ts 5.23; Cl.3.4). 
6. O Descuido da Salvação trará Males Terríveis –(Jo.18-21; Hb.2.3)
7. A Salvação é adquirida pela Fé em Cristo – (Rm.10.9,10; 2 Co 5.17; I Jo.1.7-9)
8. A Trindade coopera para a Salvação do Pecador – (Jo.1.12-13;3.3-7; 1 Jo.3.9; Cl.3.9; 1 Pe.2.2)

2. Elementos operantes na Salvação

1. Arrependimento – o arrependimento envolve uma mudança completa de pensamento sobre o pecado e o estado de pecador, promovendo a percepção da necessidade de um Salvador. O arrependimento leva o homem a uma grande tristeza causada pelo condição de pecador e o leva a aceitar tudo o que Deus requer para um transformação de vida para tornar-se reto diante de Deus. Para o arrependimento o homem precisa: Reconhecer que é pecador; Sentir-se triste pelo seu pecado e  Abandonar o pecado
2. Fé – fé é dizer sim para Deus. A fé leva o homem a olhar para Jesus, autor e consumador da fé e crer que o sacrifício realizado por Ele é pleno e cabal. Fé é ter um relacionamento pessoal com Deus mesmo sem vê-Lo (Gl.2.19-10); Fé é uma convicção interior que é gerado por Deus no coração do homem (2 Tm.1.12); Fé é um entrega evidenciada pelas “obras da fé”, na vida de uma pessoa (Tg.2.18); Fé se dirige a uma pessoa: Deus (Cl.2.5); Fé é uma maneira de se viver (Rm.1.17); Fé é a chave que abre as portas dos céus e conduz o pecador arrependido à Deus. É tudo o que o pode e deve fazer para ser salvo.
3. Conversão – a.       Significa literalmente virar-se para a direção oposta. Diz respeito a mudança que acontece na vida daquele que deixa o pecado e se volta para Jesus (1 Ts 1.9). Ela envolve o dar as costas ao pecado e ao “eu” e crer que o sacrifício de Jesus foi suficiente para lhe perdoar os pecados, voltando-se para Deus e abraçando a vida eterna que Ele dá.
4. Justificação – a.       Diz respeito ao ato pelo qual Deus declara o pecador arrependido justificado através de Cristo Jesus. A justificação envolve o cancelamento da dívida do pecado na “conta” do pecador e o lançamento da justiça de Cristo em seu lugar (Rm 3.24-26; Hb 2.10). A Salvação depende do pagamento à justiça de Deus; não pode haver salvação ás custas da justiça e esta exige o castigo do pecador, por isso a justiça divina tem que ser aplacada e a lei de Deus tem que ser justificada no caso de cada pecador. Na morte de Jesus Cristo há uma base justa para a salvação. Jesus, O Justo morreu pelo injusto. Ele nos redimiu da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós. Ele Se tornou pecado por nós, para que pudéssemos ser feitos justiça de Deus, através da fé nEle. Cristo tirou a culpa do pecado, através do sacrifício de Si mesmo. Deus perdoa o pecador por amor a Cristo. Como nosso Penhor, Ele pagou a dívida do pecado até o último centavo. Como nosso Substituto, tomou nosso lugar sob a lei e morreu de um modo que O tornou maldição de Deus. Gn 33.13. Dt 21.23. Cristo não podia ser o Salvador perfeito, sem sofrer as exigências da Lei por Seu povo.
5. Regeneração – É a obra sobrenatural e instantânea de Deus que oferece nova vida ao pecador que aceita a Jesus como seu Salvador. Através da regeneração o pecador é ressuscitado da morte (do pecado) para a vida (na justiça de Cristo Jesus). É a natureza divina habitando no crente através do Espírito Santo (Tt 3.5; Jo 1.12-13).
6. Adoção –  diz respeito ao processo através do qual uma criança é trazida e aceita numa família, ainda que naturalmente não possuísse tal direito, obtendo assim os mesmo direitos legais do filho natural. Espiritualmente diz respeito ao fato do homem (por natureza, filhos da ira de Deus – Ef.2.3), crer no Senhor Jesus e é feito (torna-se) filho de Deus, passando a ter os direitos e privilégios inerentes à posição de filho. Estes direitos envolvem a filiação, a herança de Deus e co-herança com Cristo (Rm 8.15-17)